Em novembro, o amigo MESTRE DOS CENTAVOS, que foi, indiretamente, a
pessoa que me incentivou a criar meu blog para falar do dia a dia desse mundo
cinza em que alguns de nós opera.
Valeu Mestre!
Quando você faz um empréstimo sem garantias, você se torna um sócio da
pessoa... Nas merdas da vida.
Quando o dinheiro está entrando, ela paga sua parte, vai para a praia, pro rancho, troca de carro, compra roupas... Sem se preocupar em quitar com você ou pagar a mais do que o planejado, já que o Futuro é incerto.
Quando o dinheiro começa a faltar, a pessoa te chama, chora contando estórias tristes, que o dinheiro não está entrando, que está tudo muito difícil, que não consegue te pagar os juros...
E como é melhor recuperar o principal ao invés de ficar sem nada, você concorda.
Essa é uma dessas histórias.
Uma cliente, que comprava relativamente bastante, decidiu fazer um investimento na loja. Iria incluir roupas. Pegou emprestado comigo, nos já conhecidos 10%am.
As roupas não deram certo, a “sócia” levou metade das roupas, mas não ajudou ela a pagar. No começo, ela estava pagando os juros bonitinhos.
Fez um pedido bom de produtos, que foram divididos por semana.
Em cerca de dois meses, veio falando que as vendas estavam poucas, e que não conseguiria pagar os juros. Tá bom, sem juros.
Então, haviam duas contas:
è Uma de produtos;
è Uma de Empréstimos.
E na hora de receber, ficava naquela de “vou te dar tanto disso, e tanto
daquilo”, ou então “essa semana não vou poder passar de tal”.
Cara, como nenhuma estava rendendo juros, qual a lógica de deixar elas
distintas? Falei que iria unificar porque não tinha sentido aquilo.
Isso fez ela pagar ainda mais devagar.
E como o estoque anterior acabou, ela comprou menos, mas comprou. Aí focou em
pagar a conta nova, e a velha, ficou para quitar quando o pai dela recebesse um
dinheiro referente aos atrasados da aposentadoria.
Só que esses atrasados são uma novela, já que em um valor de, suponhamos,
R$60K, eles queriam dar R$20K. O acordo não foi feito. E vem se arrastando
desde então.
E assim foi, sempre comprando e pagando picado, e a antiga, ficando para trás.
Mas quando a coisa aperta, só diz que “Ain, essa semana tem aluguel (ou qualquer
car**** que seja) e não consegui juntar seu dinheiro”.
E quando estava tudo bem, ninguém pagava a mais, para diminuir a conta. OU
seja, fazem NOVEMBRO AZUL com você, o ano todo.
O dinheiro que me deve, em poder de compra, já devo ter perdido uns 30%.
Em Juros então, nem se fala. Prefiro nem pensar.
Aí você pode dizer:
è
“Poxa Jovem, ela está tentando, é que está difícil
para todo mundo. ”
Não meu jovem mancebo. E eu posso provar.
O produto que eu vendo, tem uma parte que é valor agregado. Então eu compro a commodity,
agrego algum valor, e revendo.
As coisas deram uma melhorada, e ao invés dela me pagar um pouco, afinal já são
anos sem receber os juros e ver o poder
de compra do dinheiro sumir, ela foi lá e comprou uma versão vagabunda
do meu maquinário, e uma parte do que comprava de mim, está produzindo por
conta.
Com menos qualidade, mas está produzindo.
Ou seja, não importa que me deva a 5 anos e não esteja pagando juros, ou que o
valor que ela gastou já pagaria 15% do valor que me deve.
Ela pensou somente em si, e eu que me
f*** até ela conseguir “fazer sobrar dinheiro”.
Então, meus queridos compatriotas da Independência Financeira, não é só no mundo corporativo que as pessoas são sacanas. Há sacanagem aonde há humanidade.
Não é só o coleguinha do cubículo do lado que acha que é proctologista. No fim, quando é no seu ou no delas, adivinhe onde ela vai escolher?
Seu trabalho é se prevenir para que isso não ocorra. Seja numa empresa, seja como autônomo, seja como emprestador.
Olho vivo, e sem dó de ninguém.
Até a próxima.